O nome Jawari pode parecer estranho e desconhecido, mas este era o nome dado as servas da sociedade árabe-islâmica antes do século XV, após este período elas começaram a ser chamadas pelo nome que até hoje é muito conhecido entre nós: ODALISCAS.
As Jawaris não eram muçulmanas, eram cristãs capturadas em guerras e vendidas no mercado, elas eram divididas em dois sub grupos: as responsáveis pelas casas e pelas notícias e as responsáveis pelo entretenimento, destas as que se destacassem pela sua voz eram alvos de disputas pelos nobres. Mais tarde passaram a ser chamadas de concubinas.
As Jawaris formavam os famosos haréns, elas entretinham seus senhores com conversas sobre poesias e filosofia e além disso cantavam e dançavam. O harém era dirigido pela mãe do sultão e ao contrário do que muitos pensam não era um lugar voltado para o sexo.
Foi no Impérico Turco otomano que as Jawari passaram a ser chamadas de Odaliscas, as que eram belas ou possuíam algum talento para canto e dança eram treinadas para se tornarem amantes dos sultões e se fossem bem sucedidas na sua arte de sedução, ou como cantoras ou dançarinas, poderiam ganhar algum status fora do harém, sendo utilizadas até mesmo para dar as "boas vindas" aos visitantes do Império.
A partir do séc. XIX, quando as nações europeias passaram a comercializar seus produtos e ao mesmo industrializar os países árabes, as odaliscas tiveram quase um papel diplomático, ao representarem a hospitalidade dos sultões através de seus corpos e de sua dança. A dança do ventre encantou profundamente os imperialistas europeus, que fascinados, passaram a exportar para a Europa algo como um show de cabaret, primeiramente na França sob o nome "Danse du Ventre", nome este que passou a designar toda essa modalidade de dança no mundo ocidental (o nome original é Raqs Sharqi, que quer dizer, Dança do Oriente).
A impressão deixada nos europeus pelas odaliscas pode ser conferida pelas diversas pinturas que encontramos até mesmo no Google. Pintores como Jean Auguste Dominique, Vicenzo Martinelli e Fabio Fabbi retrataram o imaginário europeu do que seria o harém, obras de erotologia árabe foram traduzidas, se iniciou o movimento que chamamos de "orientalismo" (o Oriente como algo envolto em misticismo e encantamento, como "o outro").
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