Em termos históricos sempre tivemos contato com a dualidade bárbaro-civilizado, estes conceitos difundidos na sociedade moderna vão absolutamente na contra mão do contexto que Gor entende por bárbaro-civilizado, aliás, o conceito de civilização sob meu ponto de vista, não é bem vindo pelo autor como mostram os livros, para os egípcios antigos os gregos eram tidos como bárbaros por viverem um tribalismo e se doarem as guerras, por tratarem as mulheres com rigidez e disciplina, sempre existiu um apelo de classificar o rival nesse conceito que, tudo que é viril, guerreiro e dominador é depreciativo para a etiqueta social moderna, assim como foi para muitas civilizações antigas, o homem civilizado é aquele que está alinhado as leis, a ética, ao código moral vigente, a ovelhinha do rebanho e etc...
Nenhum problema quanto a seguir leis e códigos morais, o problema começa quando esses valores fogem a um padrão ético natural que deveria ter por leme a natureza como autoridade, infelizmente, sinônimo de civilização é a morte dos instintos naturais para dar lugar a um sistema sócio-político que vai engessar e gerar seres altamente castrados biologicamente e psicologicamente.
Não precisamos ir muito longe para detectar problemas de ordem mental e física no ser humano que se afasta de um modo de vida mais natural ao se engessar em muitas leis,ao perder o contato com um sistema ecológico consistente, ao atender religiões, dicotomias políticas, sedentarismo, conformismo, se reprimindo como se fosse uma fera selvagem que após anos em uma jaula se torna um animal dócil, manso e domesticado, completamente irreconhecível.
Então, exaustivamente vamos ver personagens nos livros criticando as culturas e os sistemas políticos que vivemos na terra, alertando para um embrutecimento dos instintos, embrutecimento disfarçado em termos de valores progressistas e humanistas que nada tem de compromisso com o que a essência humana realmente precisa, que é mais naturalidade na forma trágica e alegre de viver nas polaridades negativas e positivas da natureza ao mesmo tempo. Para o goreano, não existe ser mais bárbaro que aquele que nega suas necessidades naturais para se alinhar aos interesses de uma elite que não tem compromisso com a natureza em si, mas apenas com formalidades políticas que privilegiam meia dúzia de pessoas no topo.
O grande engano com relação a noção de evolução que a civilização moderna produz, provém das facilidades que a sociedade da tecnologia e do progresso científico despejam como cavalo de Troia na nas portas da natureza humana, o tédio, a depressão, o suicídio e as neuroses só aumentam em face as facilidades e o estado obsoleto que o ser humano se encontra.
As leis para proteção do homem e a forma de mima-lo progride histericamente formando seres defeituosos e aleijados, não existe nada mais bárbaro que negar a dominação masculina e a submissão feminina como o homem civilizado faz, não existe nada mais bárbaro que negar a aristocracia da natureza como os sistemas políticos negam, não existe nada mais bárbaro que reprimir a vontade de poder do homem como as instituições religiosas pregam, a barbaridade da negação dos valores de competição, da seleção natural e a guerra para estabelecer valores são nítidas, seleção natural que esta totalmente fora do poder e controle de especulação dos intelectuais humanistas modernos, especuladores que acham que podem intervir nas verdades e fluxo da natureza.
Para muitos tudo isso pode soar agressivo, injusto ou brutal, mas não é, embora uma crítica acirrada ao conceito de civilização que poda a natureza humana possa parecer um apelo a um retorno aos instintos naturais bestiais, não é esse o foco da filosofia goreana, que tem como rumo, um retorno a um naturalismo ético e não bestial como os povos em decadência entraram em face ao contato com um tipo de hedonismo grosseiro ou a barbárie, mais ai é papo para outro texto...
By Master Suleyman Aretai